No último dia 13 de fevereiro de 2019, a JAMA Psychiatry, uma das publicações científicas mais respeitadas do mundo, divulgou um artigo que traz uma conclusão alarmante: quem usa maconha na adolescência tem um risco maior de desenvolver DEPRESSÃO ou comportamento suicida na vida adulta.

Por que este artigo é tão relevante? Os pesquisadores analisaram os resultados de 11 confiáveis trabalhos internacionais, envolvendo, no total, uma gama de 23.317 participantes acompanhados da adolescência até a fase adulta. Eles foram divididos em dois grupos: um era composto por pessoas que consumiram maconha até os 18 anos de idade e o outro por aqueles que não fizeram uso da droga neste mesmo período. O que os pesquisadores fizeram foi medir o impacto real da cannabis na vida adulta (até os 32 anos) destes participantes, utilizando sofisticadas análises estatísticas. E os resultados impressionam – de uma forma negativa.

Quem usa maconha na adolescência tem um risco 37% maior de ter DEPRESSÃO na fase adulta da vida, do quem não fez uso da droga neste período. As conclusões não param por aí. Estes mesmos usuários também têm 50% mais chances de apresentarem pensamentos suicidas e um risco de tentativa de suicídio três vezes maior do que aquelas pessoas que não usaram maconha. Tal análise pode ser inclusive relacionada a vários estudos que demonstraram a vulnerabilidade do cérebro em sua fase de desenvolvimento, quando exposto às drogas.

Segundo Ronaldo Ramos Laranjeira, psiquiatra com 40 anos de atuação na área, sem sombra de dúvidas, esse é um dos trabalhos mais relevantes já feito nesta área. Suas características, como número de usuários, periodicidade e credibilidade dos dados analisados, além da metodologia utilizada, o elegem para tal posto, fazendo com que seja impossível ignorar tal evidência científica. Não se trata de achismo e sim de um trabalho científico sério, que demonstra que o uso da maconha na adolescência tem, sim, um impacto significativo na vida adulta, podendo levar até ao suicídio.

Combate às drogas

Este novo estudo representa um alerta ímpar da importância de se combater a epidemia do uso de drogas, inclusive dentre os jovens. Ações de prevenção têm verdadeiro impacto positivo quando bem executadas, como aconteceu na Islândia, que fez com que a juventude que mais bebia na Europa se tornasse a que adota o estilo de vida mais saudável no continente.

Temos que seguir este tipo de exemplo, pois quando se tem em mãos dados tão fortes como estes, a omissão é uma das maiores irresponsabilidades que podem ser cometidas. Já passou da hora de adotarmos políticas públicas eficazes no combate ao consumo de drogas, baseadas em trabalhos médicos e científicos sérios. Medidas em prol da sociedade e não voltadas a atender interesses econômicos ou ideológicos de alguns, às custas da saúde de muitos (vide os efeitos do álcool e do cigarro). Fazendo isso, daremos grandes passos para proteger o futuro de muitos jovens em nosso país.

Fonte: veja.abril.com.br
O artigo completo você pode conferir aqui: https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/article-abstract/2723657

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