Transtorno do Espectro Autista
O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento infantil, que vem sendo diagnosticado cada vez com maior frequência. O impacto desse transtorno na vida das pessoas e de seus familiares poderá ser minimizado quando um diagnóstico e intervenções precoces forem instituídos.
Da mesma maneira como em outros transtornos comportamentais, não existem exames laboratoriais ou de imagem para auxiliar no diagnóstico, mas sim, a necessidade de preencher critérios clínicos estabelecidos internacionalmente.
A partir de 2013, a SÍNDROME DE ASPERGER passou a ser considerada uma forma mais branda de AUTISMO. Os pacientes agora são diagnosticados em graus de comprometimento e o diagnóstico ficou mais completo. O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA é definido pela presença de déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, atualmente, ou por história prévia.
Causas, sintomas e tratamento do Autismo
As causas ainda são desconhecidas, mas deve haver uma combinação de fatores que leva ao AUTISMO. Sabe-se que a genética e agentes externos desempenham um papel chave nas causas do transtorno. De acordo com a Associação Médica Americana, as chances de uma criança desenvolver AUTISMO por causa da herança genética são de 50%, sendo que a outra metade dos casos pode corresponder a fatores exógenos, como o ambiente de criação.
Muitos genes parecem estar envolvidos nas causas. Alguns tornam as crianças mais suscetíveis ao transtorno, outros afetam o desenvolvimento do cérebro e a comunicação entre os neurônios. Outros, ainda, determinam a gravidade dos sintomas.
Quanto aos fatores externos que possam contribuir para o surgimento estão a poluição do ar, complicações durante a gravidez, infecções causadas por vírus, alterações no trato digestório, contaminação por mercúrio e sensibilidade a vacinas.
Fatores de risco
- Sexo: meninos são de quatro a cinco vezes mais propensos a desenvolver AUTISMO.
- Histórico familiar: famílias que já tenham tido algum integrante com AUTISMO correm riscos maiores de ter outro posteriormente. Da mesma forma, é comum que alguns pais que tenham gerado algum filho AUTISTA apresentem problemas de comunicação e de interação social eles mesmos.
- Outros transtornos: crianças com alguns problemas de saúde específicos tendem a ter mais riscos de desenvolver o transtorno do que outras crianças. Epilepsia e esclerose tuberosa estão entre esses transtornos.
- Idade dos pais: quanto mais avançada a idade dos pais, mais chances de a criança desenvolver autismo até os três anos.
Sintomas
A maioria dos pais de crianças com AUTISMO suspeita que algo está errado antes da criança completar 18 meses de idade e busca ajuda antes que ela atinja dois anos. As crianças com AUTISMO normalmente têm dificuldade em:
- Brincar de faz de conta;
- Interações sociais;
- Comunicação verbal e não verbal;
* Algumas parecem normais antes de um ou dois anos, mas de repente regridem e perdem as habilidades linguísticas ou sociais que adquiriram anteriormente – o chamado AUTISMO regressivo.
Existem diversos sintomas que podem indicar o AUTISMO, entre eles:
- Interação social;
- Não faz amigos;
- Não participa de jogos interativos;
- É retraído;
- Pode não responder a contato visual e sorrisos ou evitar o contato visual;
- Pode tratar as pessoas como se fossem objetos;
- Prefere ficar sozinho, em vez de acompanhado;
- Mostra falta de empatia;
- Resposta a informações sensoriais;
- Não se assusta com sons altos ou é extremamente sensível;
- Tem a visão, audição, tato, olfato ou paladar ampliados ou diminuídos;
- Pode achar ruídos normais dolorosos e cobrir os ouvidos com as mãos;
- Pode evitar contato físico por ser muito estimulante ou opressivo;
- Esfrega as superfícies, põe a boca nos objetos ou os lambe;
- Parece ter um aumento ou diminuição na resposta à dor.
Brincadeiras
- Não imita as ações dos outros;
- Prefere brincadeiras solitárias ou ritualistas;
- Não faz brincadeiras de faz de conta ou imaginação.
Comportamentos
- Acessos intensos de raiva ;
- Fica preso em um único assunto ou tarefa (perseverança);
- Baixa capacidade de atenção;
- Poucos interesses;
- É hiperativo ou muito passivo;
- Comportamento agressivo com outras pessoas ou consigo;
- Necessidade intensa de repetição;
- Faz movimentos corporais repetitivos.
Os comportamentos da criança de alerta são:
- Não responder com sorriso ou expressão de felicidade aos seis meses;
- Não imitar sons ou expressões faciais aos nove meses;
- Não balbuciar aos 12 meses;
- Não gesticular aos 12 meses;
- Não pronunciar palavras aos 16 meses;
- Não dizer frases compostas de pelo menos duas palavras aos 24 meses;
- Perder habilidades sociais e de comunicação em qualquer idade.
Diagnóstico
Um médico experiente no diagnóstico e tratamento de AUTISMO normalmente é necessário. Como não há testes biológicos para o AUTISMO, o resultado, muitas vezes, será feito com base em critérios muito específicos. Uma avaliação normalmente inclui um exame físico e neurológico completo.
O AUTISMO inclui um amplo espectro de sintomas. Portanto, uma avaliação única e rápida não pode indicar as reais habilidades da criança. O ideal é que uma equipe de diferentes especialistas avalie a criança com suspeita de AUTISMO. Eles podem observar: comunicação, linguagem, habilidades motoras, fala, êxito escolar e habilidades de pensamento.
Convivendo com o transtorno
Não existe cura, mas um programa de tratamento precoce, intensivo e apropriado melhora muito a perspectiva de crianças pequenas com o transtorno.
O principal objetivo do tratamento é maximizar as habilidades sociais e comunicativas da criança por meio da redução dos sintomas e do suporte ao desenvolvimento e aprendizado.
O tratamento que tem mais êxito é o que é direcionado às necessidades específicas da criança.
Existem diversos programas para tratar problemas sociais, de comunicação e de comportamento que estejam relacionados ao AUTISMO. Alguns desses programas focam na redução de problemas comportamentais e na aprendizagem de novas habilidades. Outros procuram ensinar crianças a como agir em determinadas situações sociais e a como se comunicar propriamente.